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O ano de 2020 começou e fomos surpreendidos com a pandemia. Todas as empresas brasileiras sofreram impactos que influenciaram sua operação. Para que o número de contaminados não cresca exponencialmente, todos os estados brasileiros declararam estado de calamidade pública, estabelecendo  o isolamento social, exceto em casos especiais.

Sabemos, porém, que nem todas as empresas possuem um planejameto financeiro, dificultanto a sua sobrevivência durante um período com receita afetada. Diante de um cenário talvez nunca antes vivido, muitas empresas não sabem como lidar com seus compromissos financeiros, o que pode definir se a empresa vai sobreviver ao período ou não. Sendo assim, decidimos compartilhar um pouco do nosso conhecimento.

Ao realizar uma análise financeira, devemos ter alguns relatórios gerenciais importantes para tal. Traremos, neste momento, a DFC. A demonstração do fluxo de Caixa (DFC) é um relatório de extrema importância ao se analisar as finanças da empresa, pois através da DFC, conseguimos saber como anda a saúde financeira da empresa, tendo conhecimento das receitas e despesas em um determinado período, e como está a Geração de Caixa da empresa.

Sendo um dos principais relatórios para a se fazer uma análise financeira, a DFC se torna ainda mais importante durante este período.  O Caixa das empresas é a área mais sensível da empresa, pois ali estão os recursos que ela dispõe para realizar pagamentos, fazer investimentos, saber se há rendimento de aplicações, entre outros pontos cruciais.

A DFC pode conter uma análise Previsto x Realizado, a qual nos mostra os compromissos que teremos que arcar no curto prazo, se será possível arcar com os pagamentos, se haverá alguma entrada no Caixa (recorrente ou não).

Por se tratar de um setor bastante sensível, é preciso que o controle do caixa seja eficiente, sendo realizado diariamente. Gerir seu Caixa com eficiência auxilia os gestores na tomada de decisões, visto que é possível fazer previsões quanto a saldos finais, decisões de investimento e decisões de financiamento.

Explanado todos esses pontos, como conseguimos analisar o fluxo de Caixa da empresa nesse período de crise?

Tenha sempre em dia o controle dos seguintes pontos:

  • Controle de entradas: saiba quais são os recebíveis da sua empresa, através de agendamento de recebíveis, conciliações, emissão de relatórios de vendas com posição diária, semanal, mensal e anual, notas emitidas para a empresa, bem como o número da fatura e dos documentos fiscais.
  • Controle das saídas: ter detalhado todos os gastos da empresa, fornecedores, prazos de pagamento, boletos, notas fiscais e um relatório com posição de pagamentos diários, semanais, mensais e anuais, para se ter previsão de pagamento.
  • Conciliações bancárias: tenha sempre o extrato bancário atualizado da empresa, detalhando cada movimentação de acordo com suas respectivas categorias e fornecedores, de preferência atualizado diariamente, para que se consiga fazer um controle mais apurado.
  • Corte de despesas: tente economizar ao máximo seus gastos da operação. Analise se todos os gastos realmente são necessários e caso todos eles sejam essenciais, tente negociar com o fornecedor um preço mais justo.
  • Negocie prazos: entre em contato com seus fornecedores e explique a situação. Todos estão passando por dificuldades e eles podem entender o momento e oferecer prazos mais longos. Estruture um plano de renegociação que seja bom para você e para seu fornecedor.

Sendo assim, o fluxo de caixa envolve três fases que são extremamente importantes: planejamento, elaboração e controle.

É na fase de planejamento que o gestor saberá com antecedência as movimentações financeiras da empresa. Esta fase envolve destalhes e depende do tamanho e da complexidade das operações da empresa, tendo como base a estruturação do sistema de informações, definição do horizonte do planejamento e quais objetivos do fluxo de caixa.

A elaboração define qual a metodologia do fluxo de caixa, através da coleta de informações, da definição do formato e da compilação dos dados analisados.

A terceira e última fase é a do controle, que tem como base as seguintes análises: a análise da consistência dos dados, análise comparativa dos dados Previstos x Realizados e os ajustes sistemáticos para melhorar a eficiência das projeções.

Existem diversos ERPs disponíveis que auxiliam no controle financeiro da sua empresa. Tenha sempre em mente os seguintes pontos na hora de organizar o fluxo de caixa da sua empresa:

  1. Organize as categorias pois será com base nelas que suas receitas e despesas serão classificadas.
  2. Defina suas despesas, fixas ou variáveis, com base na média de cada uma. Será com base nessa projeção que o gestor conseguirá ter uma visão de curto, médio e longo prazo das suas despesas. O mesmo serve para suas receitas (a depender do tipo de empresa)
  3. Elabore relatórios periódicos de acordo com a necessidade da sua empresa. O ideal é que o gestor tenha sempre acesso aos dados de forma rápida e simples.

Seguindo estes principíos básicos, você sairá na frente de vários empresários que não sabem para onde o dinheiro da empresa está indo, evitará ficar sem dinheiro em determinados momentos, saberá o ritmo de crescimento da sua empresa e terá informações relevantes para que o gestor tome as melhores decisões para o negócio.

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Luiz Sales

Autor: Luiz Sales

Formado em Engenharia Civil pela UNICAP e Pós-Graduando em Finanças Corporativas pela Saint Paul Escola de Negócios. Possui 4 anos de experiência na área de processos financeiros, gestão de fluxo de caixa, capital de giro, cálculo financeiro, análise de demonstrativos financeiros, gestão estratégica de custos, controladoria e orçamento financeiro.

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