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A atividade administrativa que normalmente não está atrelada à operação da empresa e, mesmo assim, quando má administrada, prejudica mais a continuidade da organização do que sua própria capacidade de vender. Em outras palavras, vender é bom, mas melhor ainda é receber.

A cultura brasileira sempre caracterizou o brasileiro como, em média, uma pessoa levemente desorganizada, apesar de suas diversas qualidades. Essa desorganização, nos negócios, implica em um relacionamento não tão rígido ao acordado quanto gostaríamos. Isso quer dizer que se você empreende no Brasil, existe uma chance considerável de que sua organização terá que lidar com inadimplência.

Do ponto de vista prático, não adianta muito uma empresa que produz bem, se posiciona bem, vende bem, mas não recebe. Provavelmente isso desenvolverá dificuldades de fluxo de caixa e continuidade. Como esse é um fim indesejado, cabe ao empresário e seu time agir para evitar tal destino. Nesse ponto, os relacionamentos pessoais e o desconforto em cobrar desviam a melhor ação possível e colocam a empresa em uma rota perigosa.

Não é confortável cobrar, pois muitas vezes serão gerados atritos no relacionamento, o receio de perder o cliente ou há dependência daquele contrato. Contudo, não se deve inverter o ônus do problema. Errado é quem está devendo, e não se deve existir constrangimento em informar ao cliente que o recebível ainda está em aberto. Contudo, a educação e tato são mandatórios, pois em nosso cenário econômico, não poucas vezes nossos parceiros comerciais estão passando por dificuldades financeiras, e tudo pode ser negociado.

O risco real está na cobrança intempestiva (muito depois do vencimento, quando o cliente já percebeu que “não há problema” visto que você não reclamou) ou até mesmo na falta de controle de recebíveis, que podem implicar na não cobrança.

Para garantir um fluxo ajustado, é indicada a adoção de um ERP financeiro que lembre automaticamente os clientes dos prazos de vencimento e de uma equipe preparada que acompanhe os relatórios de recebíveis e tomem ação sempre que necessário.

André Cavalcanti

Autor: André Cavalcanti

Graduado em Ciências Contábeis pela UFPE e graduando de Direito pela UNICAP. Possui 7 anos de experiência na área contábil, com enfoque em assessoria e auditoria, tendo construído carreira principalmente na PwC com enfoque em Auditoria Contábil e Diagnóstico de Processos, que montou a base para a abertura da Valore Contadores Associados em 2016.

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